Por mais absurda que parece a história, ela é real. Um casal sueco quer comprar os direitos do clássico Last Christmas, um dos grandes sucessos do duo Wham!, que era formado pelo saudoso George Michael (1963-2016) e por Andrew John Ridgeley, para que a música desapareça das plataformas digitais.
Tomas e Hannah Mazetti, naturais de Gotemburgo, odeiam a música.
Last Christmas, que chegou a ser reconhecida como “a marca d’água do synthpop britânico dos anos 1980!” foi lançada originalmente pelo Wham! em 3 de dezembro de 1984 como parte do álbum Edge of Heaven, pela CBS, via Epic Records. Até hoje é uma das canções natalinas mais ouvidas do mundo e recentemente teve um grande aumento no número de streams nas plataformas digitais, como o Spotify.
Só que isso parece pouco importar para Tomas e Hannah Mazetti, que estão arrecadando dinheiro para adquirir os direitos musicais do single e tirá-lo do ar para sempre. Até o momento, o casal sueco já arrecadou cerca de US$ 62 mil (cerca de R$ 328 mil no câmbio atual).
Mas o caminho para tirar esse clássico das plataformas promete não ser tão fácil assim: Last Christmas é propriedade da editora Warner Chappell Music UK e os direitos da música estão avaliados entre US$ 15 milhões e US$ 25 milhões – valores que correspondem entre R$ 79 milhões e R$ 132 milhões, respectivamente.
Hannah Mazetti, uma pintora de 33 anos, explicou que o ódio que nutre por Last Christmas iniciou há 13 anos, quando ela trabalhava em um café em Oxford, na Inglaterra. Ali, ela ouviu a música repetidamente durante as festas de fim de ano. Em 2021 ela chegou a dizer para seus amigos o quanto ela desprezava a canção e que pagaria o quanto fosse para nunca mais ouvi-la.
“Eu estava estudando inglês e trabalhando extra para pagar as contas, e o dono do café planejou uma temporada de férias super aconchegante e fez seu próprio CD com vários sucessos. Ele só aparecia de vez em quando, então não apreciava totalmente a agonia que o resto da equipe sentia quando “Last Christmas” tocava pela 111ª vez no dia útil”, disse ela ao Digital Music News.
“Tudo começou no Natal passado, quando perguntamos a amigos quanto eles estariam dispostos a pagar para nunca mais ouvir a música”, continuou Hannah. “Quando a música começou a tocar em novembro, fomos lembrados. Então alguém nos disse que era teoricamente possível comprar os direitos da música e retirá-la de todas as plataformas de streaming”.
A meta estabelecida por Tomas e Hannah Mazetti é arrecadar US$ 15 milhões, o que, segundo o entendimento deles, os levariam para uma rodada especial de negociação com a Warner Chappell. Se conseguirem, eles pretendem despejar a gravação principal em um depósito de lixo nuclear finlandês, onde, de acordo com o casal “ficará por pelo menos dois milhões de anos”.
“Algumas pessoas parecem adorar ouvir a música 500 vezes por dia e essas pessoas são nossas inimigas”, diz Hannah. “Eles dizem que há músicas ainda piores que deveria ser retiradas antes disso, como “All Want for Christmas” de Mariah Carey e que, se não gostarmos, poderíamos usar fones de ouvido, e que é estranho querer remover algo bonito para o resto da humanidade só porque não gostamos”, concluiu.
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