O lendário compositor sueco Benny Andersson, que compôs os grandes clássicos do ABBA ao lado de seu companheiro de banda, Björn Ulvaeus, revelou em uma recente entrevista à revista Record Collector, como os Beatles inspiraram o grupo a ter uma sonoridade tão diversificada.
“Isso é algo que aprendemos com os Beatles”, iniciou Andersson à Record Collector. “Eles sempre estiveram com o estilo deles de certa forma, muito mais do que nós, mas o que eles faziam era, você ouvia uma música com eles, aí o próximo single não era nada perto do anterior, ou o terceiro, ou o quarto, ou o quinto. Naquela época, você precisava ter alguma diversidade, não?”, explicou o músico de 76 anos.
O ABBA, formado por Benny Andersson, Agnetha Fältskog, Frida Lyngstad e Björn Ulvaeus, usou essa perspectiva em seus próprios álbuns, além de utilizar duas vocalistas, o que moldou o som do grupo.
“Então, você tem “Fernando” você quer uma música como “Dancing Queen” ou “My Mama Said”, ou o que quer que esteja naquele álbum, para dar algum valor de audição. E outra grande coisa, devo dizer, que vale para muitas das bandas que eu gosto, é que você tem mais de um cantor; isso te ajuda”, disse Andersson. “Você tem John (Lennon) e Paul (McCartney), ou você tem Fleetwood Mac, você tem os Eagles: é ótimo ter dois cantores, porque isso também faz diferença entre as faixas.”
Ainda em entrevista, Benny Andersson também falou sobre o clássico Mamma Mia, que foi a primeira música que mostrou ao grupo o que poderia ser alcançado pelo ABBA em termos de processo criativo: “Acho que “Mamma Mia” foi quando percebemos: “Bem, isso é especial, agora descobrimos exatamente o que podemos alcançar com uma música se você trabalhar o suficiente nela”, sabe? Você está no estúdio e vê: ‘Ah, tem uma marimba aí, vamos ver se podemos usá-la” – isso é meio especial, não tem muita marimba (em várias músicas pop). Mas também foi realmente arranjado, sabe? Não foi apenas dedilhar. Todo mundo estava tocando exatamente as notas que eram necessárias”, concluiu.
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