Um dos grandes nomes da história da música, o cantor e compositor norte-americano Bob Dylan resolveu falar sobre a tecnologia do streaming musical e como ele a encara.
Em uma rara entrevista, o lendário artista de 81 anos e que já vendeu mais de 125 milhões de discos em todo o mundo, compartilhou seus pensamentos a respeito da tecnologia na era moderna e a facilidade que as pessoas tem de encontrar suas músicas preferidas nas plataformas de streaming.
Dylan, um dos artistas mais premiados do século XX, com 10 Grammy Awards, um Oscar, além de um Prêmio Nobel de Literatura conquistado em 2016, expressou sua visão sobre a música no novo século e seus antigos formatos de consumo.
“Adoro o som do vinil antigo, especialmente em um toca-discos valvulado de antigamente”, disse Dylan. “Comprei três em uma loja de antiguidades em Oregon há cerca de 30 anos. A qualidade do tom é tão poderosa e milagrosa, tem tanta profundidade. Sempre me leva de volta aos dias em que a vida era diferente e imprevisível.”
Sobre o streaming, Bob Dylan falou sobre a facilidade que o formato promove: “O streaming tornou a música muito suave e indolor. Tudo é muito fácil. Basta um movimento do dedo anelar, do dedo médio, um pequeno clique, é tudo o que é preciso”, continuou o Poeta do Rock. “Nós jogamos a moeda direto na fenda. Somos viciados em pílulas, cabeças cúbicas e excursionistas, saindo, saindo, devorando demônios azuis, molinésias negras, qualquer coisa que possamos colocar em nossas mãos ”, Dylan elabora, pintando a imagem que vê como se estivesse escrevendo letras. É tudo muito fácil, muito democrático. Você precisa de um detector solar de raios-X apenas para encontrar o coração de alguém, para ver se eles ainda têm um”.
Bob Dylan também falou quando descobre uma música que lhe agrada: “Você não precisa ser um grande cantor para cantá-la. É sino, livro e vela. Toca você em lugares secretos, atinge o seu ser mais íntimo”, descreve ele. “Não consigo ouvir música passivamente porque estou sempre avaliando o que é especial – ou não – sobre uma música e procurando inspiração em fragmentos, riffs, acordes e até letras. Poucas canções de hoje se tornarão padrões. Quem vai escrever padrões hoje? Um artista de rap? Um hip-hop ou uma estrela do rock? Um raver, um especialista em samples, um cantor pop? Isso é música para o estabelecimento”.
E concluiu: “É fácil ouvir. Apenas parodia a vida real, segue os movimentos, encena. Um padrão está em outro nível. É um modelo para outras canções, uma em mil.”
Entre 1962 e 2020, Bob Dylan já gravou 39 álbuns de estúdio, sendo Rough and Rowdy Ways, lançado em 19 de junho de 2020 pela Sony Music, via Columbia Records, o seu mais recente trabalho.
Dylan é dono de inúmeros clássicos, entre eles Blowin’ in The Wind, The Times They Are-a-Changin’, Jokerman e Like a Rolling Stone.
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